cato cacos de azuis
nos alumínios
em cada mínimo
que vejo azulejo
a mulher de nuvens continua azul/crinando meus ouvidos – era na última hora anos 60/70 assinada por Torquato Neto - itababira é pedra dura não quero saber mais de tanta pedra quero agora as águas azuis de Iriri – Federika Bezerra me avisa quero voltar ao FDP mas só se tiver Boi-Pintadinho - êta parto duro da porra! – agora vai ser em novembro será que vai Wellington Cordeiro? – recebi pelo zap carta da Raquel Naveira, sou que o contato foi passado pelo Tanussi Cardoso – acabo de ler várias pérolas que trouxe da minha passagem última pelo Rio, entre elas : duas preciosidade da Ventura Editora: “Santo” de Igor Fagundes e “(eu.. e o mundo) nas Franjas Do Deus-Dará”, de Iverson Carneiro – voltarei a comentar sobre os dois numa das próximas balbúrdias – Xandão avisa: “ou acabo com essa balbúrdia na política brasileira, ou não me chamo alexandre de moraes” – agora é Rose Araújo quem dá o toque: Todo Dia é Dia D Poesia Todo Dia no ArteCult.com pra sacudir a calmaria – no carnaval de 1984 encontrei Fedra Margarida em frente a galeria Alasca no Posto 6 em Copacabana esperando a Banda de Ipanema Passar – Itabapoana não me engana as marés em São Francisco estão em risco – agora falcatrua em licitação de caminhão freud não explica muito menos mala/craia – Claudinei dos Desconcertos anda meio sumido, o que será que será na praia praia grande? – enquanto isso no poetariado César Augusto de Carvalho lembra Raul Seixas em um dos capítulos que escreveu na temporada, veiculada pela Rádio UelFm em 2014, depois publicada no livro Toca Raul, confira no link https://www.youtube.com/watch?v=KzFGg0UOwaI
ando
tão tenso
nesse tempo
estático
cato cacos de azuis
nos alumínios
em cada mínimo
que vejo azulejo
*
ainda existe uma mulher
que me distorce o crâneo
me disseca e me atraca
quando chego ao cais
com esse barco em movimento
essa carcaça de lâminas e ossos
um mulher que me estica o plumo
e me deixa arame farpado
a ponto de me sangrar os dedos
*
ando
tão tenso
nesse tempo
estático
Federico Baudelaire
diariamente no blog
2025 ano 431 da deglutição do bispo sardinha
geleia geral – relâmpagos –
faíscas da surpresa
aos domingos não amanheço muito ins/pirado fico mais as segundas e sextas já consultei os ancestrais – Federika me escreve cartas pelo zap – Irina parto das pedras desse Recife para as águas azuis de Iriri chego aí nas quarta 27 para no nosso despacho amoroso abençoado por Xangô – a filha dela é quem escreve: ”mamãe me disse que você rasgou os planos da fantasia dela em Guarapari no carnaval de 2005” – pelo que eu saiba essa era Gigi que muito bem podia ser a neta – Bois-Pintadinhos invadem a praça do santíssimo na última sexta em nome de Oxalá Mocidade Independente de Padre Olivácio e Igreja Universal do Reino de Zeus presentes – no pelourinho re-encontro de Fedra Margarida com Nilsinho, isso ainda vai dar o que falar – EuGênio me pergunta: “que país é esse”? Nem Beltrano nem Sicrano nem Fulano, saberiam me dizer – Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim desceu dos telhados pois foi visto na última semana caminhando na 28 de março em direção ao Parque São Caetano – Rúbia me fala emocionada do show Submerso Ou Azul, que assistiu no Museu de Campos com Pablo Vinícius, formado em música pelo IFF Guarus e a sua banda Balbúrdia Poética, batizada pelo poeta criador da marca – Tanussi Cardoso escreve as sextas, Jorge Ventura aos sábados e Raphael Gomide dá o toque: Todo Dia é Dia D Poesia Todo Dia para sacudir a calmaria – vem aí outubro ou nada – se ainda não conhece precisa conhecer o ArteCult.com
se espalha
a língua nativa
não é fogo de palha
é brasa viva
o meu amor
não é um bicho
mas é um pássaro
afogado no lixo
Federico Baudelaire
2025 – ano 431 da deglutição do bispo sardinha
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Profissão
meu poema
se completa em teu vestido
roçando tua carne
no algodão tecido
meu ofício é de poeta
pra rima poema e blusa
e ficar na tua pele
pelo tempo em que me usa
Artur Gomes
Suor & Cio
Edições MVPB – 1985
https://www.facebook.com/arturgomesgumesfulinaima
nos currais dos mares salgados
Federico pensou Iracema
com seus grandes vestidos folgados
como a grande ninfeta Iolanda
trajada em vestes de penas
nos bailes do império em Luanda
nas barras da sai da fama
ele então grafitou grumixama
palavra que ouviu numa cena
na língua da formosa dama
no teatro da rua ipanema
nos bordeís de copacabana
os cogumelos de Santa Cecília
nas barras incandescentes da cama
pornofônicas palavras fonemas
pitanga urucum colorau açucena
com os caldos da salsaparrilha
qualquer grande orgia é pequena
curuminha
para Rúbia Querubim
tua pele clara de pêssego
ou mesmo de manga fosse
lembra-me frutas tropicais
com sal e mel agridoce
intenso sabor tupiniquim
Clarice Beatriz que fosse
ou mesmo esse anjo SerAfim
que dorme em praias distantes
e acorda dentro de mim
apelidos
tive muitos. os primeiros na infância: Tutu, Tuzinho. logo depois os apelidos dados pelos colegas da Escola: Pirulito, Pirandelo. no exército em Brasília, o sargento Jovelino me apelidou de Cipó. na ETFC fiquei conhecido por muitos como DuBoi, e para os amigos de Campos: Old Cat. em Santo André, Antônio Possidônio Sampaio me chamava de Maluco de Campos. hoje para muitos amigos do Rio e São Paulo, sou Fulinaíma.
Muitas vezes não sabemos o porque dos apelidos, nem mesmo qual a razão da sua origem. resolvi escrever sobre isso porque me pergunto: como uma pessoa moradora de uma localidade chamada Bom Lugar, que fica encravada no sertão de São Francisco de Itabapoana, pode ter o apelido de Godot?
Artur Gomes Fulinaíma
https://www.facebook.com/arturgomesgumesfulinaima
turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
fragmento de Poema Sujo, de Ferreira Gullar
piso em cacos de vidro
cogumelos verdes azuis
sobre a grama do quintal
Um instante
Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas
um bicho
transparente.
Ferreira Gullar
Os mortos
os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos
eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias
Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça
Ferreira Gullar
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Ferreira Gullar
foto: Artur Gomes
Prometi-me possuí-la muito embora
ela me redimisse ou me cegasse.
Busquei-a na catástrofe da aurora,
e na fonte e no muro onde sua face,
entre a alucinação e a paz sonora
da água e do musgo, solitária nasce.
Mas sempre que me acerco vai-se embora
como se temesse ou me odiasse.
Assim persigo-a, lúcido e demente.
Se por detrás da tarde transparente
seus pés vislumbro, logo nos desvãos
das nuvens fogem, luminosos e ágeis!
Vocabulário e corpo — deuses frágeis —
eu colho a ausência que me queima as mãos.
Ferreira Gullar
Extravio
Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?
Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.
Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.
Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos
que já não ouvem nem falam.
Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também não fala.
Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.
Ferreira Gullar
Madrugada
Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes.
Ferreira Gullar
Neste Leito de Ausência
Neste leito de ausência em que me esqueço
desperta o longo rio solitário:
se ele cresce de mim, se dele cresço,
mal sabe o coração desnecessário.
O rio corre e vai sem ter começo
nem foz, e o curso, que é constante, é vário.
Vai nas águas levando, involuntário,
luas onde me acordo e me adormeço.
Sobre o leito de sal, sou luz e gesso:
duplo espelho — o precário no precário.
Flore um lado de mim? No outro, ao contrário,
de silêncio em silêncio me apodreço.
Entre o que é rosa e lodo necessário,
passa um rio sem foz e sem começo.
Ferreira Gullar
*
Passaporte para uma viagem ao desconhecido
Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita, clica baixa gratuitamente e lê:
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cacomanga
na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
22 – 99815-1268 -= whatsapp
Ente/Vistas
Concedendo entrevista ontem 15 de agosto 2025 a Raphael Fuly, licenciando em música no IFF Guarus, sobre a minha trajetória com Arte dentro da ETFC/CEFET/IFF, de 1968 a 2012. Raphael é orientando pela queridíssima amiga Beth Rocha, parceira de grandes espetáculo de Teatro Musical que montamos no CEFET/IIF a partir de 1997, tais como “O Dia Em Que A Federal Soltou a Voz e Criou Um Coro de 67 Vertebrados”, espetáculo que foi apresentado em 1997 no Auditório Miguel Ramalho, marcando a chegada de Beth no CEFET/Campos e o meu retorno de uma licença prêmio para coordenar a Oficina de Artes Cênicas, que criei em 1975.
A entrevista foi realizada no Casarão - Centro Cultural, na Rua Salvador Correia, 171. Raphael Fuly, é integrande de uma banda formada por estudantes de música no IFF, contemplada em edital na lei Aldir Blanc, dia 22 deste a banda estará se apresentando no Museu Histórico de Campos, e um dos integrantes da mesma, Pablo Vinícius, que em 2022 participou do meu Projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, me pediu licença para nomear a banda com o nome Balbúrdia PoÉtica, o que imediatamente autorizei, e no dia 22 pretendo batizá-la tornado-a minha afilhada.
Como bem disse lá pelos idos de 2005, quando fui contemplado no projeto Poesia Na Idade Mídia – Outros Bárbaros, de Ademir Assunção realizado no Itaú Cultural São Paulo, no poema VeraCidade: - por quê trancar as portas/tentar proibir as entradas/se eu já habito os teus 5 sentidos/e as janelas estão escancaradas.
*
VeraCidade
por quê trancar as portas
tentar proibir as entradas
se já habito os teus cinco sentidos
e as janelas estão escancaradas ?
um beija flor risca no espaço
algumas letras de um alfabeto grego
signo de comunicação indecifrável
eu tenho fome de terra
e esse asfalto sob a sola dos meus pés
agulha nos meus dedos
quando piso na Augusta
o poema dá um tapa na cara da Paulista
flutuar na zona do perigo
entre o real e o imaginário
João Guimarães Rosa
Caio Prado
Martins Fontes
um bacanal de ruas tortas
eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta
o correto deixei na Cacomanga
matagal onde nasci
com os seus dentes de concreto
São Paulo é quem me devora
e selvagem devolvo a dentada
na carne da rua Aurora
Obs.: em 2023 quando fui convidado por Sylvia Paes, para voltar a prestar serviços na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, escrevi o projeto Campos VeraCidade, que até hoje está engavetado, porque não há interesse na gestão pública da cidade, em fomentar um projeto de Arte Cultura, que reflita profundamente sobre a cidade, no que ela foi, o que ela é e o que ela pode ser.
*
Leia mais no blog
Artur Gomes A Biografia de Um Poeta Absurdo
https://fulinaimargem.blogspot.com/
As fotos são de Nilson Siqueira
Artur Gomes
77 anos de vida
52 de Poesia Viva
Dia 27 de agosto 20h
Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano
Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ
Dia 11 de outubro 18h
Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ
1º de Abril
telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua
sob patas
tomavam homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste à minha porta
- foi um puta golpe!
Artur Gomes
A Biografia de um poeta Absurdo
Balbúrdia Poética
Artur Gomes in Pessoa
nesta segunda 11 de agosto 15:30h
no C. E. Nilo Peçanha -
Campos dos Goytacazes-RJ
Itabapoana Pedra Que Voa
dia desses sonhei com alquimia
ciência da transformação
na prova dos nove é alegria
o coração da pedra vira pássaro
e voa para outra dimensão
Artur Gomes
do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema - Litteralux 2025
Dia 27 agosto – 20h
Carioca Bar – Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17 – Parque São Caetano – Campos dos Goytacazes-RJ
Goytacá Boy
musicado e cantado por Naiman
no CD fulinaíma sax blues poesia
2002
ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara
juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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