sábado, 9 de agosto de 2025

Balbúrdia PoÉtica - Geleia Geral - Relâmpagos - Faíscas da Surpresa

Balbúrdia PoÉtica
geleia geral – relâmpagos 
faíscas da surpresa

cato cacos de azuis

nos alumínios

em cada mínimo

que vejo  azulejo

a mulher de nuvens continua azul/crinando meus ouvidos – era na última hora anos 60/70 assinada por Torquato Neto -  itababira é pedra dura não quero saber mais de tanta pedra quero agora as águas azuis de Iriri – Federika Bezerra me avisa quero voltar ao FDP mas só se tiver Boi-Pintadinho - êta parto duro da porra!  – agora vai ser em novembro será que vai Wellington Cordeiro? – recebi pelo zap carta da Raquel Naveira, sou que o contato foi passado pelo Tanussi Cardoso – acabo de ler várias pérolas que trouxe da minha passagem última pelo Rio, entre elas : duas preciosidade da Ventura Editora: “Santo” de Igor Fagundes e “(eu.. e o mundo) nas Franjas Do Deus-Dará”, de Iverson Carneiro – voltarei a comentar sobre os dois numa das próximas balbúrdias – Xandão avisa: “ou acabo com essa balbúrdia na política brasileira, ou não me chamo alexandre de moraes” – agora é Rose Araújo quem dá o toque: Todo Dia é Dia D Poesia Todo Dia no ArteCult.com pra sacudir a calmaria – no carnaval de 1984 encontrei Fedra Margarida em frente a galeria Alasca no Posto 6 em Copacabana esperando a Banda de Ipanema Passar – Itabapoana não me engana as marés em São Francisco estão em  risco – agora  falcatrua em licitação de caminhão freud não explica muito menos  mala/craia – Claudinei dos Desconcertos anda meio sumido, o que será que será na praia praia grande? – enquanto isso no poetariado César Augusto de Carvalho  lembra Raul Seixas em um dos  capítulos que escreveu na temporada, veiculada pela Rádio UelFm em 2014, depois publicada no livro  Toca Raul, confira no link https://www.youtube.com/watch?v=KzFGg0UOwaI

ando

tão tenso

nesse tempo

estático

cato cacos de azuis

nos alumínios

em cada mínimo

que vejo  azulejo

ainda existe uma mulher
que me distorce o crâneo
me disseca e me atraca
quando chego ao cais
com esse barco em movimento
essa carcaça de lâminas e ossos
um mulher que me estica o plumo
e me deixa arame farpado
a ponto de me sangrar os dedos

ando

tão tenso

nesse tempo

estático 

Federico Baudelaire

diariamente no blog

2025 ano 431 da deglutição do bispo sardinha

https://fulinaimargem.blogspot.com/


 Balbúrdia PoÉtica

geleia geral – relâmpagos – 

faíscas da surpresa 

aos domingos não amanheço muito ins/pirado fico mais as segundas e sextas já consultei os ancestrais – Federika me escreve cartas pelo zap – Irina parto das pedras desse  Recife para as águas azuis de Iriri chego aí nas quarta 27  para no nosso despacho amoroso abençoado por Xangô – a filha dela é quem escreve: ”mamãe me disse que você rasgou os planos da fantasia dela em Guarapari no carnaval de 2005” – pelo que eu saiba essa era Gigi que muito bem podia ser a neta – Bois-Pintadinhos  invadem a praça do santíssimo na última sexta em nome de Oxalá Mocidade Independente de Padre Olivácio e Igreja Universal do Reino de Zeus presentes – no pelourinho re-encontro de Fedra Margarida com Nilsinho, isso ainda vai dar o que falar – EuGênio me pergunta: “que país é esse”? Nem Beltrano nem Sicrano nem Fulano, saberiam me dizer – Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim desceu dos telhados pois foi visto na última semana caminhando na 28 de março em direção ao Parque São Caetano – Rúbia me fala emocionada do show  Submerso Ou Azul, que assistiu no Museu de Campos com Pablo Vinícius, formado em música pelo IFF Guarus e a sua  banda Balbúrdia Poética,  batizada pelo poeta criador da marca – Tanussi Cardoso escreve as sextas, Jorge Ventura aos sábados e Raphael Gomide dá o toque: Todo Dia é Dia D Poesia Todo Dia para sacudir a calmaria – vem aí outubro ou nada – se ainda não conhece precisa conhecer o ArteCult.com 

se espalha
a língua nativa
não é fogo de palha
é brasa viva

o meu amor
não é um bicho
mas é um pássaro
afogado no lixo

 

Federico Baudelaire

2025 – ano 431 da deglutição do bispo sardinha

V(l)er mais no blog

https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/

Profissão

meu poema
se completa em teu vestido
roçando tua carne
no algodão tecido

meu ofício é de poeta
pra rima poema e blusa
e ficar na tua pele
pelo tempo em que me usa

Artur Gomes
Suor & Cio
Edições MVPB – 1985
https://www.facebook.com/arturgomesgumesfulinaima

nos currais dos mares salgados
Federico pensou Iracema
com seus grandes vestidos folgados
como a grande ninfeta Iolanda
trajada em vestes de penas
nos bailes do império em Luanda

nas barras da sai da fama
ele então grafitou grumixama
palavra que ouviu numa cena
na língua da formosa dama
no teatro da rua ipanema
nos bordeís de copacabana

os cogumelos de Santa Cecília
nas barras incandescentes da cama
pornofônicas palavras fonemas
pitanga urucum colorau açucena
com os caldos da salsaparrilha
qualquer grande orgia é pequena

curuminha
para Rúbia Querubim

tua pele clara de pêssego
ou mesmo de manga fosse
lembra-me frutas tropicais
com sal e mel agridoce
intenso sabor tupiniquim
Clarice Beatriz que fosse
ou mesmo esse anjo SerAfim
que dorme em praias distantes
e acorda dentro de mim

apelidos

tive muitos. os primeiros na infância: Tutu, Tuzinho. logo depois os apelidos dados pelos colegas da Escola: Pirulito, Pirandelo. no exército em Brasília, o sargento Jovelino me apelidou de Cipó. na ETFC fiquei conhecido por muitos como DuBoi, e para os amigos de Campos: Old Cat. em Santo André, Antônio Possidônio Sampaio me chamava de Maluco de Campos. hoje para muitos amigos do Rio e São Paulo, sou Fulinaíma.

Muitas vezes não sabemos o porque dos apelidos, nem mesmo qual a razão da sua origem. resolvi escrever sobre isso porque me pergunto: como uma pessoa moradora de uma localidade chamada Bom Lugar, que fica encravada no sertão de São Francisco de Itabapoana, pode ter o apelido de Godot?

Artur Gomes Fulinaíma

https://www.facebook.com/arturgomesgumesfulinaima


 Poema Sujo


turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia

fragmento de Poema Sujo, de Ferreira Gullar


piso em cacos de vidro
cogumelos verdes azuis
sobre a grama do quintal

tudo aqui é carnaval 

Um instante

Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim

aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas
um bicho
transparente.

Ferreira Gullar 


Os mortos

os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos

eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias

Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça

 

Ferreira Gullar


Cantiga para não morrer

Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Ferreira Gullar
foto: Artur Gomes 

 Prometi-me Possuí-la


Prometi-me possuí-la muito embora
ela me redimisse ou me cegasse.
Busquei-a na catástrofe da aurora,
e na fonte e no muro onde sua face,

entre a alucinação e a paz sonora
da água e do musgo, solitária nasce.
Mas sempre que me acerco vai-se embora
como se temesse ou me odiasse.

Assim persigo-a, lúcido e demente.
Se por detrás da tarde transparente
seus pés vislumbro, logo nos desvãos

das nuvens fogem, luminosos e ágeis!
Vocabulário e corpo — deuses frágeis —
eu colho a ausência que me queima as mãos.

Ferreira Gullar 


Extravio

Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?

Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.

Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.

Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos
que já não ouvem nem falam.

Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também não fala.

Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.

Ferreira Gullar
 


Madrugada

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes.

Ferreira Gullar


Neste Leito de Ausência

Neste leito de ausência em que me esqueço
desperta o longo rio solitário:
se ele cresce de mim, se dele cresço,
mal sabe o coração desnecessário.

O rio corre e vai sem ter começo
nem foz, e o curso, que é constante, é vário.
Vai nas águas levando, involuntário,
luas onde me acordo e me adormeço.

Sobre o leito de sal, sou luz e gesso:
duplo espelho — o precário no precário.
Flore um lado de mim? No outro, ao contrário,
de silêncio em silêncio me apodreço.

Entre o que é rosa e lodo necessário,
passa um rio sem foz e sem começo.

Ferreira Gullar

*

 

Passaporte para uma viagem ao desconhecido

Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita, clica baixa gratuitamente e lê:
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cacomanga

na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais

Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 – 99815-1268 -= whatsapp

www.centrodeartefulinaima.blospot.com

Ente/Vistas

 

Concedendo entrevista ontem 15 de agosto 2025 a Raphael Fuly, licenciando em música no IFF Guarus, sobre a minha trajetória com Arte dentro da ETFC/CEFET/IFF, de 1968 a 2012. Raphael é orientando pela queridíssima amiga  Beth Rocha, parceira de grandes espetáculo de Teatro Musical que montamos no CEFET/IIF a partir de 1997, tais como “O Dia Em Que A Federal Soltou a Voz e Criou  Um Coro de 67 Vertebrados”, espetáculo que foi apresentado em 1997 no Auditório Miguel Ramalho, marcando a chegada  de Beth no CEFET/Campos e o meu retorno de uma licença prêmio para coordenar a Oficina de Artes Cênicas, que criei em 1975.

A entrevista foi realizada no Casarão - Centro Cultural, na Rua Salvador Correia, 171. Raphael Fuly, é integrande de uma banda formada por estudantes de música no IFF, contemplada em edital na lei Aldir Blanc, dia 22 deste a banda estará se apresentando no Museu Histórico de Campos, e um dos integrantes da mesma, Pablo Vinícius, que em 2022 participou do meu Projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, me pediu licença para nomear  a banda com o nome Balbúrdia PoÉtica, o que imediatamente autorizei, e no dia 22 pretendo batizá-la tornado-a minha afilhada.

Como bem disse lá pelos idos de 2005, quando fui contemplado no projeto Poesia Na Idade Mídia – Outros Bárbaros, de Ademir Assunção realizado no Itaú Cultural São Paulo, no poema VeraCidade: - por quê trancar as portas/tentar proibir as entradas/se eu já habito os teus 5 sentidos/e as janelas estão escancaradas.

* 

VeraCidade

 

por quê trancar as portas

tentar proibir as entradas

se já habito os teus cinco sentidos

e as janelas estão escancaradas ?

 

um beija flor risca no espaço

algumas letras de um alfabeto grego

signo de comunicação indecifrável

eu tenho fome de terra

e esse asfalto sob a sola dos meus pés

agulha nos meus dedos

 

quando piso na Augusta

o poema dá um tapa na cara da Paulista

 

flutuar na zona do perigo

entre o real e o imaginário

João Guimarães Rosa

Caio Prado

Martins Fontes

um bacanal de ruas tortas

 

eu não sou flor que se cheire

nem mofo de língua morta

o correto deixei na Cacomanga

matagal onde nasci

 

com os seus dentes de concreto

São Paulo é quem me devora

e selvagem devolvo a dentada

na carne da rua Aurora

 

Obs.: em 2023 quando fui convidado por Sylvia Paes, para voltar a prestar serviços na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, escrevi o projeto Campos VeraCidade, que até hoje está engavetado, porque não há interesse na gestão pública da cidade, em fomentar um projeto de Arte Cultura, que reflita profundamente sobre a cidade, no que ela foi, o que ela é e o que ela pode ser. 

*

Leia mais no blog

Artur Gomes A Biografia de Um Poeta Absurdo

https://fulinaimargem.blogspot.com/

As fotos são de Nilson Siqueira

Artur Gomes

77 anos de vida

 52 de Poesia Viva

Dia 27 de agosto 20h

Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano

Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ

Dia 11 de outubro  18h

Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ

 

1º de Abril

 

telefonaram-me

avisando-me que vinhas

 

na noite uma estrela

ainda brigava

           contra a escuridão

na rua

sob patas

tomavam homens indefesos

 

esperei-te 20 anos

até hoje não vieste à minha porta

 

- foi um puta golpe!

 

Artur Gomes

A Biografia de um poeta Absurdo

https://fulinaimargem.blogspot.com/

                Balbúrdia Poética

Artur Gomes in Pessoa

nesta segunda 11 de agosto 15:30h

no C. E. Nilo Peçanha -

Campos dos Goytacazes-RJ

 

Itabapoana Pedra Que Voa

 

dia desses sonhei com alquimia

ciência da transformação

na prova dos nove é alegria

o coração da pedra vira pássaro

e voa para outra dimensão

 

Artur Gomes

do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema - Litteralux 2025 

https://www.instagram.com/p/DNMMsUevmB7/

Dia 27 agosto – 20h

Carioca Bar – Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17 – Parque São Caetano – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Goytacá Boy

 

musicado e cantado por Naiman

no CD fulinaíma sax blues poesia

2002

ando por São Paulo meio Araraquara

a pele índia do meu corpo

concha de sangue em tua veia

sangrada ao sol na carne clara

juntei meu goytacá teu guarani

tupy or not tupy

não foi a língua que ouvi

em tua boca caiçara

 

para falar para lamber para lembrar

da sua língua arco íris litoral

como colar de uiara

é que eu choro como a chuva curuminha

mineral da mais profunda

lágrima que mãe chorara

 

para roçar para provar para tocar

na sua pele urucum de carne e osso

a minha língua tara

sonha cumer do teu almoço

e ainda como um doido curuminha

a lamber o chão que restou da Guanabara

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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