segunda-feira, 1 de setembro de 2025

As Flores do Mal

poesia

objeto estranho

feito de chumbo

 antimônio estanho

 

poesia é meta física

meta quântica

itaipu é o paraíso

que restou da mata atlântica

ela me chega assim bailarina

como uma tarde de música

envolta em física quântica

etérea qual labirinto

para dizer o que sinto

e desvendar teu endereço

procuro em teu livro secreto

palavras que não conheço


no espelho da raridade

cheirei as flores do mal

pensando ser bem-me-quer

um dia sou paulo leminski

no outro : sou charles Baudelaire


Metáforas inB

 pelos 200 anos de Charles Baudelaire


 bebo teus olhos d´água

como quem beija a boca de Bacco

nos vilarejos de Trento

em algum Museu do Imigrante

n´alguma Itália de Vêneto

ou algum altar de convento

 

beijo a tua língua de vinho

com a mesma  língua de Vênus

sem nenhum esquecimento

Dionísio bêbado pelos Cassinos

transando nos pergaminhos

por Bares e  Becos de Bento

poema

concreto

grosso

duro

ereto

 

a mulher dos sonhos

 é de carne e osso

tem sangue medula cabelo

ágora agora me aliviando

as tensões e pesadelos

 

embora onipresente oculta

nada sabe tudo de mim

teus olhos dois búzios safira

pétalas na carne de sal que me atira

ao mar das metáforas serafim

 

absurdo não saber que absinto

absurdo não saber o que absente

absurdo sentir como eu te sinto

magnética essa elétrica corrente

quando bebo tuas águas além mar

e as mágoas pro infinito vou levando

em teu corpo sempre hei de me lavar

 

ando

tão tenso

nesse tempo

estático

 

Federico Badelaire

Coisa de índio

Afrodite-se-Quiser

para Marisa Vieira e Mano Melo

 

estava caminhando pelo Rio

exatamente na Visconde de Pira-já

em Ipanema

batidas no coração

quando avistei Helena

que não era do Rio

deve ter sido assombração

em alguma lavra de  poema

 

Artur Fulinaíma

in -  Igreja Universal do Reino de Zeus

https://www.facebook.com/zeusmelivre

sou o mestre sala

não me roube a fala

nem a anarquia

que não sou político

carregador de mala

 

e que zeus me livre

dessa corja insana

que arrombou brasil

quero que se foda

a putaria toda

e o genocida

desça a rampa que subiu

 

Federico DuBoi

não vou

guardar os sábados

em nome de jesus

 

e me deixar

crucificada numa cruz

que só causa dor

 

aos sábados

eu pratico a arte

de fazer amor

*

uma cidade sem poesia não é nada

 Zeus meu deus arcaico marllarmélico mallarmaico me ensinou a entender no aramaico  meus desejos brazilíricos e  transformar as tragédias do bordel em manifestos bordelíricos 

Federika Lispector

SerTão Poético

Aqui neste grande serTão poético, me lembrando de um poema que escrevi lá pelos anos de 2013 e 2014, publicado ela primeira vez no livro SagaraNAgens Fulinaímicas em 2015, numa caprichada edição artesanal de WinstonChuchil Rangel e um belíssimo prefácio de Tanussi Cardoso. 

 Foram apenas 20 exemplares, portanto uma relíquia para colecionadores. Em 2018 foi publicado no livro Juras Secretas e posteriormente no blog e página no face que tinham o mesmo título Juras Secretas. Pois bem depois que a “mulinha sem cabeça” invadiu meu zap tanto o blog quanto a página desapareceram num passo de mágica, assim como muitas postagens no face, o que só me deixa uma conclusão:

é muito perigoso tentar alertar as pessoas sobre o tamanho da hipocrisia que rola por aqui nesse grande sertão dos abandonos.

                                                                      carne proibida 2

 

abusas no meu e-mail

no centro de gravidade

desse meu corpo elétrico 

não me dissestes porque veio

acender a lâmpada

na metafísica dos poros

devoro teu corpo atlântico

com meu canino esquerdo 

minha fome é quântica

como um barril de pólvora

com o pavio aceso


II

salsa alecrim alfavaca cebolinha

azeite limão hortelã vinagre

azeite com pimenta


quem resiste esse peixe temperado

que a poesia em mim inventra


vem lambe minha língua

que esse me(u)l sal te alimenta


III


duas bandas vermelhas de maçã macia

abriram-se em frente a minha íris retina

de tão belas nem sei se chupo como

ou apenas toco os pelos dessa menina


Mitológica

 

Daqui desta cachoeira

no morro da barbárie

no país dos abandonos

sobre a minha ancestralidade voz digo

:

África sou raíz e raça

orgia pagã na pele do poema

couro em chagas que me sangra

alma satã na carne de Ipanema

 

na ponta da pedra

a faca risca o ponto para Ogum

tem um animal de vagina espacial na poesia

 

lá do alto na fresta do sol pela janela

Tranca Rua e 7 Pedreira

me resguardam quando avistam

o assassino pronto para o tiro

a bala rasga rente os pelos

a pele sangra a alma voa

desfere uma canhota de esquerda

no centrão da testa do atirador

 

o anjo caído despenca

do precipício que ele mesmo inventou

 

Metáforas de Fogo

atravesso as letras entre sílabas semióticas  Metáforas de Fogo atiçadas aos pés da porta antes do beijo que ficou para o depois


Artur Gomes 

poesia

 

tenho os meus princípios

desde o início

risco vertigem nos hospícios

salto no abismo

bacanal no precipício

sem flores sem falas sem facas

sem filtros sem cortes

poesia – esse país das mortes

 

eu sou prural

 

não me sigam eu não sou um

eu sou trezentos eu sou plural

estou nos meios nos terreiros nos centros

eu sou o Zeus da Universal

 

banquete antropopófago

 

acendo o abajur do quarto

na cozinha

para o rito de entrada

preparo os pratos os talheres

horas antes da chegada

fatio o pão salaminho

chirichela italiana florbela

só chega na hora marcada

 

na mesa queijos e vinhos

na cama lençóis de linho

o rito do amor primeiro

a carne uva de dédalas

defloro a flor pele pétalas

a fome furacão formigueiro

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.fulinaimagens.blogspot.com 


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