Muito Prá Lá de Além do Mar
ontem conversando com Zeus
olha só o que me disse
:
- àquela Eva
que me roubaste
em outras Eras
no Jardim de Bento
quero a devolução
- Sai prá lá Zeus não sou Adão
- mas tuas juras secretas
me veio criar tormentas
insandeceu as serpentes
mudou do vento as correntes
no mar inverteu marés
incendiou luas cheias
- que posso fazer
se tenho veneno nas veias?
tenho o sangue intoxicado
por tudo que bebo e como
aliás não és meu dono
pra me dar ordens do além
- posso não ser seu dono
mas sou que vos ilumina
te botei nas mãos a menina
pra te arder de paixão
deixar tua alma feminina
e dilacerar teu coração
- seu descarado bandido
deixa de conversa fiada
que a menina que vos fala
alinhavou meus desvelos
bebeu meu sangue na sala
e despertou do pesadelo
Artur Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com
embarcando
na boa viagem
Ainda morava em Itabira em 1987 quando Gabriel de La Puente
me convidou para o Seminário – Brasil: Uma Cultura Em Questão, que foi realizado
naquele mesmo ano, cidade paulistana de Batatais.
Havia conhecido poucos meses atrás, em
São Paulo, Carlos Careqa e Hélio Letes em um culto da Igreja da Salvação pela
Graça, na Casa de Cultura Oswald de Andrade.
Em Batatais, Gabriel escafedeu-se, se intrometeu com uma noiva e teve que fugir da cidade. Ficamos eu, Uilcon Pereira, Ricrdo Prereira
Lima, Guilherme Almeida Prado e Artur Gomes, entregues a decoração dos contos
eróticos de Adalgisa, a ninfomaníaca mineira, que apareceu por Batatais, numa
noite de trovoadas nos recintos do Copo Sujo, o bar mais frequentado da cidade.
Quando Batatais já era uma pedra que ficou no meio do
caminho, me mandei pra Curitiba, e por lá foram 45 dias de convivência com o
Hélio e com ele aprendendo as utilidades das coisas inúteis e aí pouco tempo
depois logo em 1990 já morando em Ouro Preto me torno o Mestre-Sala da Mocidade
Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta No Inconsciente
Coletivo.
Federico
Baudelaire
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