serAfim 2 - rúbia querubim a desejada de federico baudelaire
quieta aqui nessa solidão capixaba quantas vezes me vem em sonhos ou alucinações contemporâneas tudo o que não fui eu não era a bruna beber muito menos débora seco mas ele gostava até queria que fosse assim como biúte me chamava de vários nomes ao mesmo tempo aquela profusão de palavras como inseto em volta da lâmpada e os cálices nos lençóis de algodão as vezes linho para atiçar nossa luxúria com a contribuição da enel que nos deixava quase sempre no escuro na guarapari do espírito santo uma noite ele passou o tempo todo lendo pagu no meu ouvido e macabea não se conforma por ter sido deixada de lado nas artes cínicas do presídio federal de brazilírica trafega com seus fantasmas pelos corredores falando para o vento que entra pelos buracos das fechaduras
nasci no dia nacional do samba talvez por isso aos 15 entrei para mocidade independente de padre olivácio – a escola de samba oculta no inconsciente coletivo instituição criada pelo intrépido artur gomes uma filial da igreja universal do reino de zeus pastor de andrade o antropófago não anda muito satisfeito com meu comportamento a frente da bateria da escola mas como sou capixaba e não amo capixaba e a única coisa de capixaba que gosto é a torta e o quibe de peixe amor com capixaba não faço já disse isso milhão de vezes mas faço amor não faço guerra e quem quiser que me queira por essa terra inteira
não conheço
mas é como
se conhecesse
disse-me ontem
a psicóloga
antes que
amanhecesse
depois de uma noite
de trégua
depois de passar a régua
na direção dos caminhos
serAfim 3 - federico Baudelaire o mestre sala
escrevo
como quem
pesca uma piaba
no rio ururai
vou por aí
de itabirina
a iriri
se não cansar
cato conchinhas
de anchieta
a guarapari
você está se aproveitando da nossa situação e está de olho na minha mulher não vai colar porque gigi federika lady rúbia eu gênia agora é minha quem mora com ela em iriri do espírito santo sou eu pode tirar seu cavalhinho da chuva seu tempo de guarapari passou se não é capixaba que se dane quero mais que o quiabo voz carregue porque sua banda de reggae aqui não toca aqui não é freguesia do ó e você nem conhece quibe de peixe pra ficar jogando isca no meu quintal de areia sua sereia já morreu faz tempo o templo agora é outro pastor de andrade me deu a chave de entrada da cancela principal gado não entra e o bom cabrito vai berrar do lado de fora
só quem sabe do riscado
entende o seu ofício
procura palavra nua toda viva
toda crua
o resto que se foda
quero toda palavra toda
toda bruta toda puta
na artimanha o concreto
no abstrato do ereto
para rúbia querubim
a pétala da flor deságua sobre
a flor da tua pele nas águas salgadas desse mar
na correnteza desse rio eu bebo tudo que revele cada gota dessa água na leveza do teu cio
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