sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Por Onde Andará Macunaíma?

corpo em trânsito

 

em São Paulo uma menina

me chamou de SerAfim

por saber que poesia

é tudo que transa em mim

 

e ainda uma outra

me chamou de desvairado

por saber que concretismo

anda sempre do meu lado

 

foi então que em Teresina

me chamaram de Torquato

ao perceberem minha boca

com esse meu vapor barato

 e uma outra feminina

me chamou de Faustino

por re-V(L)ER no meu poema

esse  sotaque feminino

 

no Recôncavo baiano

bem no centro o reconvexo

rasguei todos meus planos

quando fiz primeiro sexo

 

numa feirinha de verdura

uma linda criatura elegante sensual

me pediu pra ler Leminski

quando viu meu visual

no poema de Kandinsky

 

 e encontrei fulinaíma

no universo paralelo

pra revirar o céu de anil

desse país verde amarelo

 revirando a tropicalha

pelo avesso do avesso

foi tamanha a CarNAvalha

que perdi meu endereço

 

fui parar em Ipanema

num 1º de Abril

quando assisti pelo cinema

a pátria mãe que  me pariu

 

fui pro morro da Mangueira

re-inventar Parangolé

por entender que esse brasil

                ainda vai ficar de pé .

 

                                        Federico Baudelaire

                       O homem com a flor na boca

                     www.fulinaimargens.blogspot.com 



Por onde andará Macunaíma? 

o vôo de Heras EvoEros enquanto espero  outras Eras  primasVeras nesse quase verão/inverno  que me tire desse purgatório nó da gravata quase mesmo inferno  nos abismos desse terno recortado por Gamboa mas não sou Pessoa dessa pedra Itabira esse pó quase me pira muritiba muquirana Itabapoana não me engana Macunaína ainda vive nas favelas de Copacabana

 

Federico Baudelaire

leia mais no blog

Drummundana Itabirina

https://uilconpereira.blogspot.com/

como escrevo?

a minha relação poesia.teatro.poesia é visceral vital para o que escrevo como quem encena a necessidade do corpo como expressão não planejo nem penso o que ele sente quando jorra palavras no deserto branco do papel. o corpo dada lance de dados jogos e lances na ponta dos dedos o dado rola quando o estômago ronca e as tripas falam

 https://www.facebook.com/fulinaimateatroabsurdo/

cores/nomes é o título de um disco de vinil lançado por Caetano Veloso em 1982 onde ele faz essa queixa: “um amor assim delicado você pega e despreza não devia ter despertado
ajoelha e não reza/dessa coisa que mete medo pela sua grandeza não sou o único culpado disso eu tenho a certeza/princesa, surpresa você me arrasou serpente, nem sente que me envenenou/ senhora, e agora? Me diga onde eu vou senhora, serpente princesa/ um amor assim violento quando torna-se mágoa é o avesso de um sentimento oceano sem água/ ondas, desejos de vingança nessa desnatureza bateu forte sem esperança contra tua dureza/ princesa, surpresa você me arrasou serpente, nem sente que me envenenou/senhora, e agora? me diga onde eu vou senhora, serpente
princesa/um amor assim delicado nenhum homem daria talvez tenha sido pecado apostar na alegria/você pensa que eu tenho tudo e vazio me deixa
mas Deus não quer que eu fique mudo
e eu te grito esta queixa/princesa, surpresa você me arrasou serpente, nem sente que me envenenou/ senhora, e agora? me diga onde eu vou amiga, me diga” – “ele me deu um beijo na boca e me disse...”

estávamos na estrada em direção a Sorocaba, tínhamos pernoitado em Cerquilho, ouvindo Araçá Azul e vendendo Fulinaíma Sax Blues Poesia. Cristiane Grando havia escrito a Geografia da Poesia no mapa da antropofagia e seguia comigo, em direção a rua do meu xará muito prá lá de Macunaíma do deus me livre. 7 mil vezes já fiz essa mesma pergunta e 7 mil respostas já recebi com 7 mil diferentes conotações ou significantes que não se casam não se juntam, perambula, flutuam por 7 mil distintos espaço no universo da das palavras que ainda invento.

nunca pensei criar neologismo, mas como tudo que escrevo vem do imprevisto do improviso o não pensado, nada planejado. Fulinaíma me surgiu quando trafegava pela estrada dos Bandeirantes, na cia de Naiman, (um grande parceiro de música - confira no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia - 2002).

Íamos em direção ao SESC Campinas para dirigir uma Oficina de CriaçãoPoética o Ano era 1996. Tinha criado para o SESC-SP dois projetos culturais. Em 1993 - Mostra Visual de Poesia Brasileira - Mário de Andrade 100 Anos - e em 1995 - Retalhos Imortais do SerAfim - Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim - portanto em 96 Macunaíma e Antropofagia ainda eram conceitos que me habitavam a parte mais cerebral dos miolos.

De início, era só uma palavra, que foi se desdobrando em Fulinaímicas, Fulinaimânicas, Fulinaimagens, Fulinaimicamente, Fulinaimargem, aí eu fui percebendo as referências, as misturas, e todas me remetiam antes de mais nada a fulia, e a fulia me remeteu a esse ser fulinaímico que é um caldeirão antropofágico com desejo de comer o mundo.

Lendo Mário de Andrade, aprendia sobre a nossa formação étnica. Lendo Oswald, aprendi a lidar com as circunstâncias e criar minhas metáforas de fogo, o meu teatro do absurdo, a desconstrução de uma realidade imposta, para me despir dela, e me vestir com o nu sagrado/linguagem.

 

devemos não ter pressa

a lâmina acesa

sob o esterno do Vênus

onde me perco mais

me encontro menos

 

in – Baby é Cadelinha – livro Juras Secretas – 2018.

leia mais no blog Nação Goytacá

o vôo
de Heras
EvoEros

enquanto espero

outras Eras

primasVeras nesse quase verão/inverno

que me tire desse purgatório

 nó da gravata

 quase mesmo inferno

nos abismos desse terno

recortado por Gamboa

mas não sou Pessoa

dessa pedra Itabira

esse pó quase me pira

muritiba muquirana

Itabapoana não me engana

Macunaína ainda vive

nas favelas de Copacabana

  

Federico Baudelaire

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Drummundana Itabirina

https://uilconpereira.blogspot.com/



essa dica não é minha

dia 11 de outubro

a Nação Goytacá

vai Balburdiar

na CasAmarÉlinha

 

V(l)er mais no blog

https://fulinaimargem.blogspot.com/

              jogo de dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

Artur Gomes

Juras Secretas

leia mais no blog

https://secretasjuras.blogspot.com/

clique no link para v(l)er o vídeo filmado em Gargaú por Letícia Rcha com trilha sonora de Fil Buc

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8&t=10s

No próximo vinte e dois deste setembro dois mil e vinte e cinco finco os olhos na tela do ArteCult.com para v(l)er por onde andará Macunaíma?, coluna assinada pelo “bardo da cacomanga”. E por onde andará Macunaíma? Pelo polo sul ou norte? Ainda andará nos traços a lápis de José César Castro, o fógrafo/desenhista que não é casto?  Talvez com um pouco de sorte nos encontremos com ele naquela preguiça boa, escre/vivendo/falando poesia pelo litoral de São Francisco onde Itabapoana agora é pedra que voa.

E atenção jovens de Campos dos Goytacazes e região, no dia 27 deste na Casa de Cultura Villa Maria, você tem um encontro marcado com o Encontro Literário – Jovens Em Movimento – estejam atentos estejam alertas - mexam-se leiam pois só o conhecimento liberta  

Artur Gomes (Campos dos Goytacazes-RJ, 1948) é poeta, ator, produtor cultural e vídeo maker, com mais de cinco décadas de intensa atuação nas artes. Criador de projetos que marcaram a cena literária e audiovisual brasileira, como o FestCampos de Poesia Falada e a Mostra Visual de Poesia Brasileira, Artur construiu uma trajetória que une poesia, performance e experimentação multimídia.

Em 2019, lançou o Sarau Balbúrdia PoÉtica, que se tornou um espaço vibrante de celebração da poesia falada e da performance, circulando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O projeto já realizou onze edições, incluindo participações em eventos de grande destaque, como a Bienal do Livro de Campos, e contou com apoio de instituições culturais e do portal ArteCult.com

Autor de mais de 15 livros publicados, entre eles Juras Secretas (2018), Pátria A(r)mada (2019, Prêmio Oswald de Andrade/UBE-Rio) e O Homem Com a Flor na Boca (2023), e Itabapoana Pedra Pássaro Poema (2025). Artur segue produzindo intensamente e difundindo a literatura contemporânea. Mantém o blog Nação Goytacá, https://arturgumes.blogspot.com/ 

onde reúne a série TransPoÉticas – Coletânea de Poetas Vivos, reafirmando seu papel como articulador cultural e voz ativa da poesia brasileira.


Fulinaíma MultiProjetos

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes – instagram

fulinaima@gmail.com

arturgomes@artecult.com

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Balbúrdia PoÉtica - Faíscas da Surpresa

Dia desses ainda rasgo os retalhos imortais do serafim ando prenho de saudade da esfinge que ainda não está dentro de mim o desejo da boca é o beijo o beijo na boca do desejo o desejo na  vontade de ir e vir.

Qual a palavra que anda presa em minha boca louca doida pra sair?

Algaravia 

 eu sou o vento

que remove teus cabelos

e repousa em tua face

a outra face do que sente

mas não vê

a palavra que um dia

escreverá - algaravia

na películas da memória

na ficção que entender 

come poesia menina

come poesia

pois não há mais metafísica no mundo

do que comer poesia

Federico Baudelaire

https://fulinaimagens.blogspot.com/

todo dia que não amanhece

anoitece

quem nunca leu sagaranagens

não pode dizer

que me conhece 


            Arte Digital - Ademir Antonio Bacca

         no coração dos boatos

 agora que descobri ser o irmão mais novo de Biúte vou morar nos telhados do Palácio Jaburu. Assim posso ver todos os fantasmas que transitam nos corredores do Palácio depois da meia noite. E pelas minhas contas são muitos, pelo menos 583 já vi passeando por ali, numa orgia desenfreada de lavagem de roupa suja, apesar de todos estarem travestidos de terno e gravata, não escondiam o mal cheiro que exalava de suas caricaturas.  

 E já que a PF prendeu o ex-sinistro da educação pelos desvios de verba para o pastor terrivelmente evangélico,  porque então que ela, a PF não prende o mandante, já que o ex-sinistro confessou desde março, que recebeu ordens do genopresidentecida para agradar com alguns milhões de reais os “cristãos do bem” pastores que fazem  “arminhas” para um  rebanho de idiotas, que se aglomeram em orações, em frente  a postos de gasolina, sonhando que a PETROBRAS ouvindo suas preces vai abaixar o preço da gasosa. Cambada de imbecis, o preço do combustível no Brasil, é controlado pela PPI (Paridade de Preços de Importados),  a blasfêmia criada pelo vampirotemer, quando assumiu a presidência depois do golpe de estado desferido  na presidenta Dilma.

         O Bardo da Cacomanga

volta aos palcos 

 E dessa forma indignado, saio de Itabira, Nossa Senhora da Conceição do Mato Dentro, vou direto a Estação 353 em São Francisco de Itabapoana, entrevistar o Bardo da Cacomanga que este final de semana volta aos palcos em Campos dos Goytacazes, com a Geleia Geral – Revirando a Tropicália – dia 24 às 19h na Santa Paciência Casa Criativa e dia 25 na Intervenção Poética: Viva Poesia Viva, a partir das 16h na Festa Junina no SESC Campos.

 O Bardo da Cacomanga, está tão indignado quanto eu, ou mais até, e quase tudo o que me confessou  é impublicável.  Mas posso adiantar que na Geleia Geral, ele soltará o verbo com poemas do Torquato Neto e Paulo Leminski, e estará acompanhando por Beth Rocha ao piano.

 Com as participações também do músico compositor e cantor  Reubes Pess e da cantora Macella Roza.

 A Geleia Geral é uma reflexão sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 tendo como referências  o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade e Macunaíma -  o herói sem nenhum caráter – de Mário de Andrade.

 

Federico Baudelaire

Em 28 – junho – 2022

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todos os dias
acendo minhas lamparinas
e meus lampiões
o pavio aceso
afasta as aves de rapina
e o calor das chamas
aquece os corações

a partir do dia 22 por onde andará Macunaíma estará quinzenalmente no ARteCult.com assinado por Artur Gomes mas se eu  fosse Márcio de Almeida  bem diria: assassignado mas como nos Retalhos Imortais do SerAfim – Márcio de Almeida Nada Sabia de Mim

*

É bem verdade que em 2022 Macunaíma passou pela Geleia Geral – ReVirando a Tropicália na Santa Paciência Casa Criativa em Campos dos Goytacazes, mas não demorou, depois de ouvir a discussão em torno de sua possível invenção da Semana de Arte Moderna de 1922, rumou para as quebradas de Nossa Senhora da Conceição do Mato Dentro, agora então veraCidade  e foi deitar no colo da Carlos Drummond de Andrade. 

          Santíssima trindade

Quando fui ao Espírito Santo
vi três linda meninas
me sorrindo em aquarela

no entanto não sou santo
muito menos era de anjo
o sorriso em tua bocas
aquele olhar nos olhos delas

nas tuas íris/retinas
era ironia/sarcasmo
com a minha cara de fome
embaixo daquela janela


Ainda na Estrada frustrado por passar em iriri e não encontrar a minha amada por onde andará Irina? que não é Macunaíma e só de sacanagem ou até sagaranagem Rúbia me informa o paradeiro errado da minha andorinha azul ela deve ter ido pro norte mas querubim me diz que foi pro sul desfilar de porta/bandeira sem ensaio na mocidade independente de padre olivácio no festival de Blumenau aceitando o  convite do Pastor de Andrade o aliciador de ovelhas desencantadas só me resta conferir com Federika se ela foi mesmo para Blumenau ou foi se instalar em Vila Rica, depois de passar pelas praças de Bento. 

minha língua
entre tuas coxas
lambuzando tua Flor de Lótus
de saliva
tudo em couro cru
tudo em carne viva

               Federico Baudelaire

https://fulinaimagens.blogspot.com/ 

Geleia Geral - Faíscas da Surpres

o pulso 

ainda pulsa

em 2018 assiti em Brasília o Festival Transe PoÉticas, no Museu da República, evento criado pelo poeta e ator Adeilton Lima e  no mesmo palco vi Arnaldo Antunes, Mano Melo e Artur Gomes. Inesquecível!

*

claro enigma

ela disse-me também te amo depois de um beijo na face em sinal de mais uma despedida, estávamos na esquina da conselheiro josé fernandes com tenente coronel cardoso naquela manhã de sábado de novembro  dois mil e dezenove

quando eu for beijar teus olhos nesse mar de escuridão vou pedir a todos os santos a luz de um novo dia e que seja luz do fogo de lamparina ou lampião para aquecer tua pele em minhas mãos 

Para Pagu (in memória) vontade de voltar a correr por pradarias num cavalo selvagem sem celas rédeas arreios ou cancela indo ao encontro dos vagabundos livre leve solta nua como vim ao mundo - Rúbia Querubim -  (a grande musa fulinaímica)

https://www.facebook.com/rubiaquerubim - 

a travessia você faz como quiser ou como pode no lombo do cavalo ou na garupa do bode - a mulher do tempo linda felina de fellini que o meu olho felino descobriu extasiado me pergunto : quem foi o grande zeus que inventou ou foi a mãe de eros que pariu ?

Aos cinco anos de idade minha mãe não me assumiu e me entregou pro padre que morava com uma freira cresci então na Mocidade e me tornei Porta Bandeira - o desconcerto na frase está no corte no verso formigas carregando folhas nas costas o formigueiro instaura uma colmeia de dados que o tempo ainda não decifrou  - pássaros elétricos vivem a vida por um fio

 Federika Bezerra https://www.facebook.com/onomedamusa

Aqui em casa lavo pinto bordo o corpo a alma os pelos cada um que pinte seus delírios cada um que desenrole seus novelos

 EuGênio Mallarmè

o antropofágico fulinaímico 

https://www.facebook.com/EuGenioGumes

BordeLíricas

 Dionísio bêbado de noites

pelos Cassinos de Bento

transa nos pergaminhos

depois de um tapa no branco

com uma puta dama nos becos

e algumas garrafas de vinho 

quanto mais me re-par-to

muito mais me mul-ti-pli-co

 pastor de andrade fedeika lispector gigi mocidade federico baudelaire rúbia querubim federika bezerra  lady gumes eugênio mallarè 

parabolicamará minha antena parabólica fio terra para minhas intervenções intragaláticas nas multi-transversais das relações humanas para o planeta que virá 

Artur Gomes

o criador das mutltitransações fulinaímicas

www.fulinaimagens.blogsot.com

suspenso no Ar não penso atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa tudo arde nas cinzas das horas no silêncio da tarde vou entrando sem alarde sem comício como o pássaro que acaba de cantar em pleno hospício (Pastor de Andrade) o patrono antropofágico

 guaxindiba - aqui passávamos carnaval na juventude e éramos recebidos com grande amor onde acampávamos no quintal do pescador - 5 da madruga íamos colher rede do pescado e passávamos a semana comendo  peixe assado no buraco de areia com cachaça cerveja e mariola  em guaxindiba conheci a minha primeira sereia angélica flor do bosque e foram anos de luas e serestas ruas e florestas estrelas incendiárias


Artur Gomes Fulinaíma

fulinaimicamente

www.fulinaimicamente.blogspot.com

gargaú aqui signos não casam com significados cada um segue sua trilha cada um segue seu atalho eita povo pacato pra caralho assombro sobre em minha telha e com a língua/navalha carNAvalho

*

fiz um trato com o sarcasmo

o bom humor a ironia

única forma que encontrei

               para fazer a travessia 


Federico Baudelaire

diariamente no blog 

Coletivo Macunaíma De Cultura 

https://suorecio.blogspot.com/

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

As Flores do Mal

poesia

objeto estranho

feito de chumbo

 antimônio estanho

 

poesia é meta física

meta quântica

itaipu é o paraíso

que restou da mata atlântica

ela me chega assim bailarina

como uma tarde de música

envolta em física quântica

etérea qual labirinto

para dizer o que sinto

e desvendar teu endereço

procuro em teu livro secreto

palavras que não conheço


no espelho da raridade

cheirei as flores do mal

pensando ser bem-me-quer

um dia sou paulo leminski

no outro : sou charles Baudelaire


Metáforas inB

 pelos 200 anos de Charles Baudelaire


 bebo teus olhos d´água

como quem beija a boca de Bacco

nos vilarejos de Trento

em algum Museu do Imigrante

n´alguma Itália de Vêneto

ou algum altar de convento

 

beijo a tua língua de vinho

com a mesma  língua de Vênus

sem nenhum esquecimento

Dionísio bêbado pelos Cassinos

transando nos pergaminhos

por Bares e  Becos de Bento

poema

concreto

grosso

duro

ereto

 

a mulher dos sonhos

 é de carne e osso

tem sangue medula cabelo

ágora agora me aliviando

as tensões e pesadelos

 

embora onipresente oculta

nada sabe tudo de mim

teus olhos dois búzios safira

pétalas na carne de sal que me atira

ao mar das metáforas serafim

 

absurdo não saber que absinto

absurdo não saber o que absente

absurdo sentir como eu te sinto

magnética essa elétrica corrente

quando bebo tuas águas além mar

e as mágoas pro infinito vou levando

em teu corpo sempre hei de me lavar

 

ando

tão tenso

nesse tempo

estático

 

Federico Badelaire

Coisa de índio

Afrodite-se-Quiser

para Marisa Vieira e Mano Melo

 

estava caminhando pelo Rio

exatamente na Visconde de Pira-já

em Ipanema

batidas no coração

quando avistei Helena

que não era do Rio

deve ter sido assombração

em alguma lavra de  poema

 

Artur Fulinaíma

in -  Igreja Universal do Reino de Zeus

https://www.facebook.com/zeusmelivre

sou o mestre sala

não me roube a fala

nem a anarquia

que não sou político

carregador de mala

 

e que zeus me livre

dessa corja insana

que arrombou brasil

quero que se foda

a putaria toda

e o genocida

desça a rampa que subiu

 

Federico DuBoi

não vou

guardar os sábados

em nome de jesus

 

e me deixar

crucificada numa cruz

que só causa dor

 

aos sábados

eu pratico a arte

de fazer amor

*

uma cidade sem poesia não é nada

 Zeus meu deus arcaico marllarmélico mallarmaico me ensinou a entender no aramaico  meus desejos brazilíricos e  transformar as tragédias do bordel em manifestos bordelíricos 

Federika Lispector

SerTão Poético

Aqui neste grande serTão poético, me lembrando de um poema que escrevi lá pelos anos de 2013 e 2014, publicado ela primeira vez no livro SagaraNAgens Fulinaímicas em 2015, numa caprichada edição artesanal de WinstonChuchil Rangel e um belíssimo prefácio de Tanussi Cardoso. 

 Foram apenas 20 exemplares, portanto uma relíquia para colecionadores. Em 2018 foi publicado no livro Juras Secretas e posteriormente no blog e página no face que tinham o mesmo título Juras Secretas. Pois bem depois que a “mulinha sem cabeça” invadiu meu zap tanto o blog quanto a página desapareceram num passo de mágica, assim como muitas postagens no face, o que só me deixa uma conclusão:

é muito perigoso tentar alertar as pessoas sobre o tamanho da hipocrisia que rola por aqui nesse grande sertão dos abandonos.

                                                                      carne proibida 2

 

abusas no meu e-mail

no centro de gravidade

desse meu corpo elétrico 

não me dissestes porque veio

acender a lâmpada

na metafísica dos poros

devoro teu corpo atlântico

com meu canino esquerdo 

minha fome é quântica

como um barril de pólvora

com o pavio aceso


II

salsa alecrim alfavaca cebolinha

azeite limão hortelã vinagre

azeite com pimenta


quem resiste esse peixe temperado

que a poesia em mim inventra


vem lambe minha língua

que esse me(u)l sal te alimenta


III


duas bandas vermelhas de maçã macia

abriram-se em frente a minha íris retina

de tão belas nem sei se chupo como

ou apenas toco os pelos dessa menina


Mitológica

 

Daqui desta cachoeira

no morro da barbárie

no país dos abandonos

sobre a minha ancestralidade voz digo

:

África sou raíz e raça

orgia pagã na pele do poema

couro em chagas que me sangra

alma satã na carne de Ipanema

 

na ponta da pedra

a faca risca o ponto para Ogum

tem um animal de vagina espacial na poesia

 

lá do alto na fresta do sol pela janela

Tranca Rua e 7 Pedreira

me resguardam quando avistam

o assassino pronto para o tiro

a bala rasga rente os pelos

a pele sangra a alma voa

desfere uma canhota de esquerda

no centrão da testa do atirador

 

o anjo caído despenca

do precipício que ele mesmo inventou

 

Metáforas de Fogo

atravesso as letras entre sílabas semióticas  Metáforas de Fogo atiçadas aos pés da porta antes do beijo que ficou para o depois


Artur Gomes 

poesia

 

tenho os meus princípios

desde o início

risco vertigem nos hospícios

salto no abismo

bacanal no precipício

sem flores sem falas sem facas

sem filtros sem cortes

poesia – esse país das mortes

 

eu sou prural

 

não me sigam eu não sou um

eu sou trezentos eu sou plural

estou nos meios nos terreiros nos centros

eu sou o Zeus da Universal

 

banquete antropopófago

 

acendo o abajur do quarto

na cozinha

para o rito de entrada

preparo os pratos os talheres

horas antes da chegada

fatio o pão salaminho

chirichela italiana florbela

só chega na hora marcada

 

na mesa queijos e vinhos

na cama lençóis de linho

o rito do amor primeiro

a carne uva de dédalas

defloro a flor pele pétalas

a fome furacão formigueiro

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.fulinaimagens.blogspot.com 


Por Onde Andará Macunaíma?

corpo em trânsito   em São Paulo uma menina me chamou de SerAfim por saber que poesia é tudo que transa em mim   e ainda uma o...